A nova lei que acaba com a obrigatoriedade dos médicos sem exclusividade fazerem trabalho extraordinário nas Urgências já se faz sentir no Hospital Sousa Martins. Até agora, quatro clínicos já manifestaram «formalmente» ao Conselho de Administração a intenção de não fazerem horas extras naquele serviço, mas o número pode aumentar nas próximas semanas. Quem já antevê dias difíceis é o director clínico. Luís Ferreira admite que este mês ainda vai ser possível assegurar as Urgências «em todas as especialidades», o mesmo já não é tão certo para os seguintes. O hospital guardense tem mais um problema para resolver. À falta de médicos, junta-se agora o fim da obrigatoriedade das horas extraordinárias nas Urgências. Uma alteração que vai afectar a Cardiologia, onde há dois especialistas em regime de não exclusividade e que já pediram dispensa desse trabalho extra. Mas não será caso único. A Pneumologia, a Obstetrícia e a Ortopedia serão outras situações complicadas daqui para a frente, confirmando-se aquilo que "O Interior" já tinha revelado no início de Agosto de que o Sousa Martins poderá vir a deixar de ter médicos suficientes para trabalhar nas Urgências 24 horas por dia em certas especialidades. «As maiores repercussões vão sentir-se nos médicos que fazem 35 horas semanais, pelo que tudo depende do que vão decidir», explica o director clínico, sublinhado que, daqui para a frente, será «mais difícil fazer as escalas e vai ter que haver muita negociação com os outros colegas». Um problema que ainda não se põe este mês: «Vamos conseguir as escalas em todos os serviços», acredita Luís Ferreira, acrescentando que a maioria dos médicos que trabalham no hospital têm horários semanais de 42 horas e estão, por isso, em regime de exclusividade. «Se assim não fosse era o caos», garante.
O responsável admite que esta medida do ministério tem mais impacto em unidades com falta de recursos humanos nas diversas especialidades, como é o caso do hospital da Guarda. «O recurso ao trabalho extraordinário não existiria se houvesse médicos em número suficiente para assegurar o trabalho. Só que, pelo contrário, os serviços funcionam muito com base nas horas extras, que quase já fazem parte do ordenado das pessoas», acredita o director clínico. Um recurso que vai ter os dias contados, o mesmo já não se poderá dizer dos concursos para vagas de carenciados que continuam a ficar geralmente desertos. Este ano o Sousa Martins procura anestesistas, pediatras, cardiologistas, ortopedistas e radiologistas, mas tem poucas ou nenhumas esperanças de os contratar ao abrigo desta contratação especial. «A falta de recursos é geral e os novos médicos optam sempre pelos grandes centros em detrimento dos hospitais do interior. A vinda destes especialistas resolveria este e outros problemas na Guarda, o problema é que eles não vêm», lamenta-se Luís Ferreira. No caso das Urgências, o director clínico espera recorrer aos médicos em exclusividade para «compensar» as falhas que possam surgir nas escalas. Ou então, como última alternativa, contratar serviços externos.
«Ambas me parecem difíceis de conseguir», receia, alertando novamente que o Sousa Martins corre o risco de não ter Urgências 24 horas por dia nalgumas especialidades durante os próximos meses.
O responsável admite que esta medida do ministério tem mais impacto em unidades com falta de recursos humanos nas diversas especialidades, como é o caso do hospital da Guarda. «O recurso ao trabalho extraordinário não existiria se houvesse médicos em número suficiente para assegurar o trabalho. Só que, pelo contrário, os serviços funcionam muito com base nas horas extras, que quase já fazem parte do ordenado das pessoas», acredita o director clínico. Um recurso que vai ter os dias contados, o mesmo já não se poderá dizer dos concursos para vagas de carenciados que continuam a ficar geralmente desertos. Este ano o Sousa Martins procura anestesistas, pediatras, cardiologistas, ortopedistas e radiologistas, mas tem poucas ou nenhumas esperanças de os contratar ao abrigo desta contratação especial. «A falta de recursos é geral e os novos médicos optam sempre pelos grandes centros em detrimento dos hospitais do interior. A vinda destes especialistas resolveria este e outros problemas na Guarda, o problema é que eles não vêm», lamenta-se Luís Ferreira. No caso das Urgências, o director clínico espera recorrer aos médicos em exclusividade para «compensar» as falhas que possam surgir nas escalas. Ou então, como última alternativa, contratar serviços externos.
«Ambas me parecem difíceis de conseguir», receia, alertando novamente que o Sousa Martins corre o risco de não ter Urgências 24 horas por dia nalgumas especialidades durante os próximos meses.
Fonte: O Interior
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