Portugal, o aumento do IVA de 19 para 21 por cento estimulou os portugueses que vivem junto à raia a fazerem compras em Espanha, onde o imposto é em geral de 16%, conclui um estudo da Associação do Comércio da Guarda (ACG). O estudo – realizado junto dos habitantes dos concelhos da Guarda, Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo – aponta que "63 por cento os indivíduos se deslocam a Espanha pelo menos uma vez por mês, 30 por cento pelo menos uma vez por semana e 15 por cento diariamente". Não só para abastecerem de combustível (53%), mas procurando já um leque alargado de produtos, desde produtos alimentares (20,7%), a produtos para o lar e vestuário.
Paulo Manuel, Vice-Presidente da ACG, sublinha ainda que 49 por cento dos inquiridos começaram a realizar as suas compras no outro lado da fronteira após o aumento da taxa de IVA em Portugal, “pelo que se pode concluir que a política fiscal portuguesa está a ter consequências nefastas na actividade económica do interior transfronteiriço, lesando gravemente a actividade comercial da nossa região". Para este responsável, “os números assustam pela sua dimensão” e acabam por criar um “efeito psicológico de desânimo, na hora dos comerciantes reinvestirem nos negócios”. “Em Vilar Formoso, Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida é uma verdadeira tragédia nos negócios” sublinha. Assim, apela para a urgência de medidas por parte do governo para inverter este abatimento empresarial. “Por exemplo a harmonização das taxas de IVA entre os dois países, harmonização dos preços dos combustíveis com Espanha e a criação de uma taxa de IRC mais vantajosa para a afixação de empresas no interior”
Paulo Manuel, Vice-Presidente da ACG, sublinha ainda que 49 por cento dos inquiridos começaram a realizar as suas compras no outro lado da fronteira após o aumento da taxa de IVA em Portugal, “pelo que se pode concluir que a política fiscal portuguesa está a ter consequências nefastas na actividade económica do interior transfronteiriço, lesando gravemente a actividade comercial da nossa região". Para este responsável, “os números assustam pela sua dimensão” e acabam por criar um “efeito psicológico de desânimo, na hora dos comerciantes reinvestirem nos negócios”. “Em Vilar Formoso, Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida é uma verdadeira tragédia nos negócios” sublinha. Assim, apela para a urgência de medidas por parte do governo para inverter este abatimento empresarial. “Por exemplo a harmonização das taxas de IVA entre os dois países, harmonização dos preços dos combustíveis com Espanha e a criação de uma taxa de IRC mais vantajosa para a afixação de empresas no interior”
Compensa abastecer o depósito e a despensa
Em Vilar Formoso os postos de combustíveis estão vazios. Em Fuentes de Oñoro, a poucos metros, mas já em solo espanhol, os carros fazem fila. O gerente da OPTIMA (Cepsa) revela que os valores para este ano indicam uma subida das vendas na ordem dos 15 por cento, mas diz, a sorrir, que “sempre foi assim, é a lei do mercado”. “Em tempos, o gasóleo foi mais barato em Portugal e os clientes também não compravam aqui”, refere Pedro Eugénio. “Mas a gasolina sempre foi mais barata deste lado da fronteira. Aliás, os meus clientes são… essencialmente os portugueses”. O gasóleo tem valores próximos e como os profissionais não podem deduzir o IVA, acaba por nem compensar. Mas a gasolina tem um valor muito apelativo para quem vive perto e pode fazer um desvio a terras de Espanha. E ganha outra dimensão se se juntar à bagagem as compras para o resto do mês e os pacotes de tabaco. Ou ainda a bilha de gás que é a metade do preço. As Galerias Gildo são uma referência incontornável do outro lado da fronteira. Segundo o seu fundador, começou “com uma pequena loja em 1970 e tem vindo sempre a crescer, a crescer…”. É fácil de constatar que muitas famílias fazem ali o grosso das suas compras, sem no entanto “dar a cara”, pois não querem ser mal interpretadas pelos comerciantes locais que são seus conhecidos e (tantas vezes) amigos. O que dá razão à sabedoria popular que diz que “amigos, amigos, negócios à parte”. “Mas em tempos difíceis, cada euro conta, não é?”, desabafam. Luís Afonso trabalha numa empresa de informática, diz que por motivos profissionais vai com frequência à fronteira com Espanha e aproveita para “dar o salto” e abastecer o depósito e a despensa. “Geralmente meto gasolina para a semana e levo bens alimentares. No conjunto poupa-se ainda bastante”, admite. “Mas os produtos já eram mais baratos mesmo sem a diferença do IVA” pelo que, lembra, “sempre houve excursões a Espanha para fazer compras…”.
FICHA TÉCNICA do estudo da ACG – Observatório do Comércio e Turismo Amostra: Aleatória Simples. Número de Questionários: 300. Dias: 1ª Semana de Março (Guarda) 3ª Semana de Março (Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo). Inquiridos: maiores de 18 anos de idade. Concelhos: Sede de concelho de Figueira de Castelo Rodrigo e Guarda, sendo que em Almeida o estudo foi feito 50% na sede de concelho e 50% das entrevistas foram realizadas em Vilar Formoso.
fonte: kaminhos magazine
FICHA TÉCNICA do estudo da ACG – Observatório do Comércio e Turismo Amostra: Aleatória Simples. Número de Questionários: 300. Dias: 1ª Semana de Março (Guarda) 3ª Semana de Março (Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo). Inquiridos: maiores de 18 anos de idade. Concelhos: Sede de concelho de Figueira de Castelo Rodrigo e Guarda, sendo que em Almeida o estudo foi feito 50% na sede de concelho e 50% das entrevistas foram realizadas em Vilar Formoso.
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